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Melhoria contínua

Controle Estatístico de Processo CEP: melhorias na produtividade

Por: Qualyteam

28 set 2021 • 11 min de leitura

Controle Estatístico de Processo
O Controle Estatístico do Processo (CEP) envolve o uso de técnicas estatísticas com o intuito de medir e analisar a variação nos processos. Com isso, a organização consegue mensurar a qualidade dos produtos, mantendo os processos sob controle.

O CEP pode ser aplicado a praticamente qualquer tipo de organização, desde indústrias até serviços e pode ser uma grande bússola para indicar possíveis falhas que acarretem custos da qualidade para o negócio. Assim, a empresa pode ser ágil em pensar e aplicar planos de ação para dirimir possíveis não conformidades.

Mas como posso aplicá-lo dentro da empresa?

Veja em nosso post a importância do Controle Estatístico de Processo, quando utilizá-lo e como fazer o acompanhamento das informações.

Planilha Cartas de Controle

Controle Estatístico de Processos: entenda o que é CEP

O Controle Estatístico de Processo (CEP) é um método de medição e controle do processo de fabricação. O CEP é uma ferramenta essencial para controle de qualidade, sendo eficaz para impulsionar a melhoria contínua e detectar um problema ou falha preventivamente.

É inegável que o processo produtivo apresenta uma variabilidade associada. Ninguém consegue 100% de igualdade em dois produtos. Se você pegar uma peça sendo feita de forma automática e pegar a segunda, haverá diferença entre elas, mesmo que seja uma diferença milimétrica.

Dentro de um padrão preestabelecido pela organização, essa diferença pode ser aceitável. Mas se a diferença entre as peças for grande, pode acarretar no aparecimento de produtos defeituosos.

Por isso a importância de realizar este controle por amostragem durante o processo produtivo. Caso seja detectado algum problema, a empresa consegue agir imediatamente. Assim, não corre o risco de perder todo um lote de um produto por conta de um defeito que foi encontrado somente após um dia inteiro na produção.

Mas quais as causas de variação que podem impactar um processo produtivo?

Causas comuns de variação

Causas comuns de variação

As causas comuns de variação são aleatórias e estão presentes em qualquer processo de fabricação. São todos os elementos que atuam no processo e estão relacionados variações ambientais, equipamentos, controle de temperatura e umidade, por exemplo.

Quando um processo apresenta causas comuns também pode ser definido como um processo estável ou sob controle, já que as variáveis são sempre as mesmas ao longo do tempo

Causas especiais de variação

Causas especiais de variação

As causas especiais não são inerentes ao processo produtivo. Ou seja, você não espera que aconteça e devem ser eliminadas logo que detectadas.

São causas que ocorrem fora do controle estatístico e podem ser ocasionadas por problemas com matéria-prima que estejam com propriedades diferentes da esperada, meio de medição fora do padrão ou erros relacionados a equipamentos.

Muitas vezes são falhas de operação e provocam alteração no processo, sendo um indicativo de que a qualidade do produto pode estar comprometida.

Qual a importância do CEP?

O CEP traz mais confiabilidade no processo, evitando custos com a má qualidade do produto e retrabalho, auxiliando a organização na maximização dos lucros.

Vamos tomar como exemplo hipotético uma fábrica com o processo de envase de leite. Se ao final da produção de um lote, você verifica que as embalagens estão 510 ml, ao invés de 500ml, quanto a empresa não perdeu somente em um período do dia?

Por isso é essencial utilizar ferramentas como o controle estatístico do processo para verificar constantes amostragens ao longo do dia e garantir a padronização dos processos, independente da rotatividade da equipe.

Assim, quando um processo está em desacordo, a empresa logo toma providências e acaba gastando menos na correção.

Quando usar um Controle Estatístico do Processo (CEP)?

O Controle Estatístico de Processo é a ferramenta ideal para ser utilizada quando o gestor quer monitorar o comportamento dos processos ou descobrir problemas internos a fim de realizar mudanças para alcançar melhorias.

Além disso, o gestor pode utilizar esta ferramenta quando quer verificar a estabilidade de um processo e obter previsibilidade nos resultados.

Leia também: Gargalos de produção: o que são, como identificá-los e resolvê-los

Como fazer o acompanhamento do Controle Estatístico de Processo?

Para fazer o acompanhamento do Controle Estatístico de Processo, veja quais são as principais etapas:

  1. Defina os processos que não estejam de acordo com a qualidade esperada para realizar o controle;
  2. Defina as características mais críticas que causam variação nos resultados;
  3. Defina quais os dados que devem ser coletados, assim como a amostragem e periodicidade;
  4. Defina os limites de controle do processo, analisando a base histórica do mesmo para identificar como este processo se comporta. Assim será possível definir uma média e o desvio padrão dos dados;
  5. Gere o gráfico;
  6. Após a implementação, analise a capacidade deste processo a fim de entender se está atendendo ou não as especificações;
  7. Monitore todas as variáveis do processo;
  8. Se necessário, implemente ações de melhoria, elaborando planos de ação.

Suas cartas de controle, com muita facilidade, você pode construir com o Software da Qualyteam para Gestão de Indicadores. Os software permite programar as coletas de acordo com os responsáveis e a frequência de medição, assim como análises dos resultados, que é fundamental para o controle do processo, como veremos abaixo. Verifique como o Software Qualyteam melhora os seus processos.

Leia também: Mapeamento de processos: como fazer, vantagens e muito mais!

Como analisar o controle estatístico do processo?

É importante considerar alguns aspectos para que a análise no controle estatístico do processo seja mais assertiva. Veja:

O que são cartas de controle?

A carta de controle é uma das 7 ferramentas da qualidade, cujo objetivo é apresentar por meio de gráficos a variação de grandeza de um determinado processo.

As cartas de controle têm uma ampla aplicação dentro das empresas, não importa o tamanho ou segmento. Todos os processos podem ser controlados desde que apresentem variações. Isto pode incluir desde o tempo de um atendimento em um departamento de vendas até um processo em uma linha de produção.

São estas informações que dão subsídios para identificar rapidamente o problema tanto em máquinas industriais como em um processo da organização, permitindo ao gestor a agilidade necessária para aplicar melhorias.

Vale ressaltar que as cartas de controle trabalham com dois tipos de dados: os variáveis e atributos. Para os variáveis é interessante adotar medidas em unidades (comprimento, temperatura). Já os dados do tipo atributos exigem uma decisão, como “conforme/não conforme”; “aceitável/não aceitável”.

Mas o que devemos considerar ao realizar a análise de uma carta de controle para a implementação de um CEP eficaz?

Pontos fora dos Limites de Controle

Pontos fora dos Limites de Controle

Os limites de controle apontam a variação de um processo. São linhas horizontais acima e abaixo da linha central que ajudam a avaliar se um processo está fora do controle.

Em uma indústria, isto pode ocorrer devido a uma ação incorreta realizada por um operador por exemplo, defeitos em equipamentos, utilização de instrumento sem calibração adequada, etc.

Periodicidade

Periodicidade

A periodicidade pode ser visualizada a longo prazo e ocorre quando os pontos distribuídos no gráfico apontam uma tendência alternada tanto para cima como para baixo.

Supomos que você esteja avaliando o tempo de atendimento de uma equipe e percebeu por um determinado período esta variação. A mesma pode ter sido provocada por vários motivos, entre eles rotatividade de operadores, cansaço da equipe, etc.

Se o gráfico for utilizado na produção, esta indicação pode estar relacionada a alterações sazonais de matéria-prima ou até mesmo variação na voltagem dos equipamentos.

Sequência

Sequência

É quando ocorre variação de pontos em apenas um dos lados da linha média, de forma consecutiva.

Na prática isto inclui uma sequência de 07 pontos consecutivos ou mais; 10 ou 11 pontos consecutivos do mesmo lado, entre outros. Significa uma mudança no processo, adoção de nova matéria-prima, alterações de procedimentos operacionais, etc.

Tendência

Tendência

A tendência consiste em um movimento contínuo de pontos em uma direção, podendo ser ascendente ou descendente. Isto pode ser resultado de desgastes ou deterioração gradual de equipamentos ou peças, dispositivo de medição mal calibrado, fatores humanos ou fatores ambientais, como temperatura, umidade, pressão.

Outro indicativo nesse caso é que se nada for feito, há uma grande probabilidade do processo sair das médias de especificação.

Aproximação dos limites de controle

Aproximação dos limites de controle

A aproximação dos limites de controle refere-se a pelo menos dois pontos consecutivos próximos às linhas limite. Apesar de aparentar que esteja operando em conformidade, este é um indicativo de grandes instabilidades no processo.

Na prática, podem ocorrer quando operadores tentam ajustar o processo com uma grande frequência e pode originar resultados fora das especificações desejadas.

Não conformidade: o que fazer com a informação?

Só que mais do que identificar onde está ocorrendo o erro, é importante ter em mente o que será feito se houver a ocorrência de uma causa especial.

Vamos tomar como exemplo que por meio do Controle Estatístico do Processo foi observado que durante um processo de fabricação de ração, ocorreram sérios problemas com alto percentual de umidade que podem afetar a qualidade final do produto. Como tratar esta não conformidade?

Veja possíveis ferramentas para te auxiliar neste processo.

Planilha MASP - método de análise e solução de problemas

Diagrama de Ishikawa

Diagrama de Ishikawa

O Diagrama de Ishikawa é um método que analisa as ações de causa e efeito, que auxilia na identificação dos gargalos do processo.

Tomando o exemplo citado acima, o Diagrama de Ishikawa irá analisar as seguintes ações que possam ter levado a umidade excessiva:

  • Mão de obra: erro do operador inexperiente, alta rotatividade;
  • Meio ambiente: fortes chuvas;
  • Método: falta de instruções claras sobre o procedimento;
  • Máquina: falta de manutenção nos equipamentos utilizados.

5 porquês

Outra ferramenta que pode ser utilizada para investigar a causa raiz em conjunto é o método 5 porquês, cujo objetivo é questionar por cinco vezes os por quês de determinado problema estar ocorrendo

No caso do exemplo citado, a equipe pode utilizar o brainstorming para discutir ideias sobre possíveis causas que levem a ocorrência levantadas no Diagrama de Ishikawa.

Por que ocorreu erro do operador?
Porque não houve treinamento adequado para as máquinas.

Por que não houve treinamento adequado?
Porque não havia profissional para capacitar.

Por que não havia profissional para capacitar?
Porque o responsável estava resolvendo outras demandas e pediu para outros colaboradores auxiliarem como podiam.

Por que o responsável estava resolvendo outras demandas?
Porque estão com poucos profissionais dentro do chão de fábrica.

Por que estão com poucos profissionais dentro do chão de fábrica?
Porque a empresa está sem orçamento para contratar.

Então, além de possíveis problemas relacionados ao próprio meio ambiente e equipamento, a falta de orçamento para mão de obra qualificada pode ser um dos motivos que estejam prejudicando o desempenho do processo.

Automatização do processo

Todas as informações relacionadas às não conformidades podem ser centralizadas em um único ambiente para facilitar o controle de informações, delegação de tarefas, acompanhamento em tempo real do plano de melhorias.

Nesse sentido, contar com um software que automatiza processos, pode facilitar a inclusão de informações nas ferramentas anteriormente citadas, como Ishikawa e 5 porquês é ideal para avaliar a eficácia dos planos de ação e a correção de não conformidades.

Conclusão

O Controle Estatístico do Processo é um método eficaz para acompanhar e monitorar processos dentro de uma organização e podem ser úteis tanto para fabricação de produtos como para serviços.

As indústrias que querem se manter competitivas no mercado também precisam ser arrojadas em seu processo produtivo e por isso o CEP pode ampliar a excelência dentro da organização.

Só que mais do que identificar possíveis desvios no processo é necessário investigar a causa raiz e elaborar planos de ação para mitigar esses desvios. Ferramentas como Diagrama de Ishikawa, 5 porquês são recomendadas neste contexto.

Além disso, softwares de gestão podem facilitar o tratamento de não conformidades, centralizando informações em um único ambiente e engajando toda a equipe no processo.

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28 set 2021

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