Uma empresa pode saber o que quer fazer, mas, se ela não compreender em que ambiente vai operar, as chances de ter surpresas é alta. Existem muitas ferramentas para dar conta de monitorar o contexto organizacional em todos os seus aspectos. A análise PESTEL é uma das ferramentas mais conhecidas e usadas para isso.
Mas é possível que você a encontre com outro nome por aí. A análise PESTEL pode ser análise PEST, análise PESTLE, análise PESTAL… variando a ordem de cada item de acrônimo. Mas não se preocupe: todas falam da mesma coisa.
Apesar dos variados nomes, a análise PESTEL é simples de entender e de usar, sendo útil a negócios de todos os tamanhos, independentemente da maturidade.
Neste artigo, você tem um guia para adotar a análise PESTEL no mapeamento do ambiente externo.
O que é análise PESTEL
A análise PESTEL é um modelo especificamente pensado para análise do ambiente externo à organização.
Por meio dela, você considera seis fatores (cada um correspondente a uma letra do acrônimo) que impactam uma empresa:
- Político: questões governamentais, tendências políticas, mudança de governo, políticas públicas, estabilidade do regime político vigente etc.
- Econômico: fatores macroeconômicos e microeconômicos, investimentos em setores, fatores fiscais, desigualdade, renda média, custos de mão de obra etc.
- Social: perfil e comportamento de consumo, mudanças no estilo de vida, valores, desemprego etc.
- Tecnológico: tecnologias emergentes, transformação digital, inovação, internet etc.
- Ambiental: sustentabilidade, impactos na natureza etc.
- Legal: regulação em vigor e em desenvolvimento, leis trabalhistas etc.
Essa análise foi introduzida pelo professor Francis Aguilar em 1967, no livro Mapeando o Ambiente Corporativo, mas com o nome ETPS. Apenas depois ela foi chamada de PESTLE.
Quando fazer uma análise PESTEL
Ao caminhar por um lugar pelo qual nunca passou, você tende a ficar confuso, o que afeta sua capacidade de tomar boas decisões. Agora, se você identificou as principais vias pelas quais vai passar, você vai reconhecê-las ao longo do trajeto, tomando decisões mais acertadas para seguir uma rota tranquila até seu destino.
A análise PESTEL faz a mesma coisa. Ela ajuda a empresa a compreender seu ambiente, mas também possíveis mudanças pelas quais ele está passando. Como a avaliação é segmentada em seis fatores, ela leva a um grau maior de especificidade e de profundidade.
Com isso, ela facilita a identificação de incertezas e riscos, mas também de oportunidades promissoras e atalhos a seus objetivos.
Como os ambientes mudam – às vezes até abruptamente -, você deve executar a análise a intervalos periódicos para captar movimentos em sua origem ou o mais cedo possível. Normalmente, essa atividade precede e embasa o planejamento estratégico. E aí temos uma periodicidade que pode variar de um a três anos. Momentos que exigem revisão, como disrupções, podem antecipar sua análise.
Análise PESTEL: por que fazer junto com análise SWOT e 5 forças de Porter
Como vimos, a análise PESTEL foca no ambiente externo. Essa é apenas uma parte do mapeamento do ambiente operacional de uma organização. Para compreendê-lo em sua completude, você deverá mapear também o ambiente interno.
Para mirar para o seu segmento, por exemplo, e compreender seu mapa competitivo, você pode usar as 5 forças de Porter.
Já para complementar o levantamento olhando para dentro da organização, seu ambiente interno, a ferramenta consagrada é a análise SWOT.
O mais comum, portanto, é que o mapeamento de questões internas e externas seja feito com – ao menos – essas três ferramentas.
Quem faz a análise PESTEL
Análises como a PESTEL são atributos da alta gestão da empresa, porque atreladas ao planejamento estratégico.
Mas não existe regra que define quem deve participar desse processo. Normalmente, de acordo com a criticidade da análise, as organizações criam comitês temporários para executá-las.
Como fazer a análise PESTEL
Vejamos um passo a passo para estruturar um processo completo de análise PESTEL na organização.
1. Prepare
O sucesso da análise vai depender da preparação.
Escolha de um facilitador experiente. Esse profissional vai selecionar quem deve participar, vai coordenar as agendas e toda a estrutura para que a dinâmica aconteça.
Mas não só. Ele tem o papel fundamental de garantir o alto nível de discussão e o foco. Como? Ele vai orientar os participantes por meio de exemplos, de materiais, de insumos, para que eles coletem dados e já esbocem seu mapa.
Lembre-se: a validade da análise PESTEL vai depender da qualidade e da quantidade de informação disponível para a organização. Quanto menos achismo houver, melhor.
2. Execute
Fator por fator, execute o brainstorming.
Como esse brainstorming acontecerá – se coletiva ou individualmente – cabe ao facilitador decidir de acordo com o perfil dos participantes. Em grupo, as ideias se dispersam menos e aprofundam mais. Separadamente, dispersam mais e aprofundam menos. Essa é uma escolha.
Dá para criar subgrupos de análise por fator, também. Nada impede que você estabeleça as regras do jogo de acordo com o que for melhor para aquele grupo de trabalho ou para a análise daquele momento específico.
Ponto fundamental: quanto mais bem preparados os participantes estiverem para executar a análise dos pontos, mais rica e qualificada será a análise.
3. Interprete e avalie os dados
Levantados os pontos é hora de interpretar. O objetivo é chegar a uma ideia clara das influências externas à organização.
Nem todos os fatores terão o mesmo peso, nem a concordância geral. Lance mão de outras ferramentas como uma matriz de risco ou matriz GUT para avaliar.
Formalize os resultados obtidos e comunique a quem vai consumi-los.
4. Monitore e revise
Ambientes são vivos. Logo, toda a empresa deve estar atenta a mudanças que possam impactá-la. Monitore seu ambiente e revise os itens da matriz PESTLE a intervalos regulares e/ou sempre que se fizer necessário.
A análise PESTEL, assim como SWOT e forças de Porter, melhora com a prática, mas também à medida que a organização vai percebendo o valor de usá-las em seu planejamento estratégico.
Análise PESTEL: exemplo
Político | Econômico | Social | Tecnológico | Ambiental | Legal |
Ativismo político Guerra Relações diplomáticas conturbadas | Recessão Aumento da inflação Queda na renda média Aumento dos custos operacionais e logísticos | Busca por produtos mais baratos Volta ao modelo presencial de trabalho Busca por marcas éticas | Aumento do uso do e-commerce Omnicanalidade das marcas Retorno ao verejo presencial | Impactos produtivos no ambiente Aumento na incidência de desastres nos ambientes produtivos Mudança nas embalagens | Possível mudanças no regime tributário
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Analise seu ambiente externo
Diretores e gestores de empresas sempre têm ideia de como é seu ambiente. Mas nem sempre tomam o cuidado de estruturar, formalizar e comunicar essa análise.
A análise PESTEL fornece um modelo simples para começar a fazer isso e se tornar uma referência para os planos da organização.
Já utiliza PESTEL em sua empresa? Conte para nós nos comentários e deixe a sua contribuição!
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