Problemas toda empresa tem, mas o que as diferencia é sua capacidade de lidar com eles de maneira estruturada. E opções para ajudar não faltam: as organizações contam com inúmeras ferramentas, que podem selecionar de acordo com sua preferência. Uma delas é o MASP – Método de Análise e Solução de Problemas.
O MASP é uma metodologia para o tratamento de problemas que evolui do PDCA. Também conhecido como QC-Story – Quality Control Story, o MASP, assim como sua versão internacional, não é está entre as ferramentas mais populares. Ainda assim, é demonstradamente uma ferramenta útil.
Neste artigo, nós vamos mostrar por quê. Para isso, faremos uma visão geral sobre o MASP. Passaremos pelos seguintes pontos: conceito e objetivo do MASP, passo a passo, quando usar e como ter sucesso na aplicação.
O que é e qual o objetivo do MASP?
O MASP – Método de Análise e Solução de Problemas é uma ferramenta para gerenciar todo o ciclo de tratamento de uma ocorrência, da descoberta das causas até a padronização da solução.
Com particular ênfase na descoberta das causas dos problemas identificados, seu fluxo é estruturado de modo a auxiliar a tomada de decisão em relação a planos de ação e métricas de verificação.
Ele se contrapõe a uma abordagem baseada exclusivamente na intuição, na experiência e na pressão, e consequentemente que leva a uma atuação apenas nos sintomas dos problemas, substituindo-a por uma análise cuidadosa das causas.
Podendo ser usado por grupos ou individualmente, o MASP garante um procedimento racional, científico e eficiente para a resolução de problemas.
Origem do MASP no QC-Story
O MASP deriva do QC-Story – Quality Control Story, ainda que com algumas diferenças. Para compreender melhor, vamos à origem do QC-Story.
O QC-Story surge como um roteiro para a documentação do trabalho de melhoria com o objetivo de consolidar o aprendizado.
Dessa origem descritiva, ele logo incorporou um caráter prescritivo, ou seja, passou a ser usado como um procedimento para resolver problemas.
Foi com essa função que o QC-Story se difundiu pelo mundo. O nome MASP ele recebeu quando chegou ao Brasil, no livro TQC no Estilo Japonês, de Vicente Falconi Campos. Inicialmente denominado MSP – Método de Solução de Problemas, ele foi difundido pela pronúncia MASP.
Etapas do MASP: os 8 passos do método
O MASP tem oito passos. Em algumas formulações, você verá sete passos. Nesse caso, o método só estará sem a etapa final, tendo todas as anteriores idênticas.
Vejamos cada uma delas:
1. Identificação
O MASP começa pela identificação de um problema. Compare com o que seria o ideal em termos de suas políticas, especificações, concorrentes, objetivos de qualidade e compliance.
Organize os problemas e selecione os alvos que serão endereçados no ciclo.
2. Observação
Neste passo, você vai buscar o máximo de dados e de informações possíveis sobre o problema, organizá-las e validá-las.
- Verifique dados históricos, colete dados novos e assegure que o problema seja expresso quantitativamente, não só qualitativamente;
- Investigue o fluxo de trabalho e o processo;
- Entreviste colaboradores e examine evidências a fim de compreender que mudanças ou acontecimentos levaram àquele estado.
Depois disso, você poderá construir gráficos com diferentes pontos de vista por meio de ferramentas como Diagrama de Pareto, Diagrama de Dispersão, Histograma e outras.
O resultado dessa observação será a compreensão do contexto daquele problema.
3. Análise
Uma vez que você estabeleceu o contexto, é capaz de analisá-lo. Aqui, você vai olhar para os dados que coletou e organizou a fim de fazer a identificação e análise da causa raiz do problema.
Aqui, ferramentas como 5 porquês e Diagrama de Ishikawa também poderão ser úteis.
Você sairá desta etapa com uma lista de causas possíveis do problema e, preferencialmente, com uma lista das principais causas a fim de priorizá-las em seu plano de ação, por exemplo.
4. Plano de ação
Nesta fase você vai levantar ideias de contramedidas para resolver o seu problema, eliminando ou mitigando suas causas; discutir como pode executá-las; decidir o que vai fazer e estabelecer um plano concreto para endereçá-lo.
Não poupe ferramentas complementares nesta etapa: brainstorming, matriz de custos, 5W2H e outras podem ser úteis.
5. Ação
Se projetou um plano de ação, não vai colocar o projeto na gaveta. Execute e, ao longo do processo, acompanhe as métricas do projeto, a fim de ajustá-lo ao longo do caminho.
6. Verificação
Compare os resultados alcançados após implementar as contramedidas com os resultados de antes. Compare também com a sua meta ou resultados esperados.
Avalie as razões pelas quais seus resultados foram ou não foram alcançados, assim como elas podem ser resolvidas.
Só vá para a etapa de padronização quando tiver obtido os resultados almejados.
7. Padronização
Se você está aqui, os objetivos de seu plano de ação foram alcançados. Agora é hora de consolidar e estandardizar seu processo.
Tome o devido cuidado para assegurar a conscientização e adesão da equipe às novas práticas e que elas sejam replicadas, para que o problema não volte a acontecer.
Estabeleça controles de qualidade a fim de manter os resultados ao longo do tempo.
8. Conclusão
Agora que o projeto foi concluído, você vai voltar a olhar para o caminho realizado a fim de revisá-lo. Discuta como melhorar etapas, aprendizados para aplicações futuras do MASP e novos projetos.
Ferramentas para execução do MASP
Muitas organizações usam planilhas como a que criamos para fazer o MASP. Mas com muita frequência, elas padecem das limitações inerentes ao recurso, ligadas ao controle manual.
Por isso, os softwares vêm se impondo, por benefícios como segurança, padronização, facilidade e agilidade.
Em soluções como a da Qualyteam, você tem:
- Fluxo completo do MASP
- Automatizações de notificações de tarefas
- Gerenciamento facilitado do plano de ação em dashboard gerencial
- Relatório de tratativa automatizado e disponível em lista mestra
- Adição de campos personalizados na descrição de ocorrências.
Veja o que você vai encontrar no software Qualyteam Gestão de Não Conformidades
Quando usar o MASP?
O MASP se aplica a problemas estruturados e com histórico claro, ainda que com causas pouco explícitas. Isso se nota pelas três primeiras etapas do método, inteiramente dedicadas a observação, levantamento, descrição detalhada e cuidadosa das causas do problema.
Uma característica da metodologia é ser reativa, isto é, aplicada quando um problema é de fato identificado, afetando a produtividade e a fluidez do fluxo.
MASP vs. PDCA
Se observarmos como um todo o passo a passo do MASP, é inevitável pensar no ciclo PDCA – Plan, Do, Check e Act. E, de fato, essa relação é correta. O MASP tem suas raízes no PDCA. Vemos todas as etapas do PDCA dentro dele.
Mas o MASP, até pela sua origem, tem uma aplicação mais direcionada a problemas e oportunidades, enquanto o PDCA pode ser amplamente utilizado em mudanças em processos, como projetos. Nesse caso, a relação entre causa e efeito pode ser mais fraca. Como no caso de uma expansão.
Por isso, o MASP busca uma descrição mais detalhada do problema, o que não vemos no PDCA. De certa forma, o MASP está contido no universo do PDCA.
Por isso, ambos podem estar na caixa de ferramentas das organizações. Mas não faz muito sentido aplicá-los concomitantemente. Ou você vai usar MASP ou PDCA.
Como ter sucesso na aplicação do MASP?
O MASP é um método simples, assim como várias outras ferramentas da qualidade. Mas algumas recomendações vão garantir que você tenha sucesso com ele.
1. Siga todas as etapas da metodologia
O MASP é um procedimento. Assim como a escolha de aplicá-lo na resolução de problemas, em vez de outra metodologia, deve ser consciente e proposital, suas etapas tampouco devem ser saltadas.
Compreenda os motivos de cada etapa e siga-as da melhor maneira possível, sem saltos.
Como vimos, a conclusão é uma etapa que não aparece em certas formulações do MASP. Mas fazê-la pode ser interessante, sobretudo para quem ainda está no começo da aplicação da ferramenta.
2. Incremente o MASP combinando-o com outras ferramentas
O MASP fornece um direcionamento, mas o modo como cada uma dessas etapas vai ser executada é cada equipe que decide.
Tal como o PDCA, consequentemente, a ferramenta não se basta. Não deixe de usar o MASP com ferramentas da qualidade que você já conhece.
3. Mantenha-se simples
Esse ponto, para quem leu o de cima, funciona como um “vá com calma”. O cenário mais provável é que você utilize mesmo outras ferramentas, mas mantenha-se simples, para não perder o controle.
MASP: uma ferramenta para resolver seus problemas
O MASP é uma ferramenta menos conhecida em qualidade, mas, como vimos, oferece um direcionamento interessante para a resolução de problemas, sobretudo quando você não tem causas muito evidentes. A metodologia força quem a utiliza a realizar uma etapa de observação e levantamento de causas.
Agora, essa é mais uma possibilidade em sua caixa de ferramentas de qualidade.
Ficou com alguma dúvida sobre o MASP? Deixe sua pergunta ou relato aqui embaixo nos comentários que nós respondemos a você.