À medida que vai crescendo e se consolidando no mercado, no entanto, uma empresa precisa profissionalizar seu modelo de gestão.
Mas que bases ela pode adotar para isso? O MEG – Modelo de Excelência em Gestão é uma dessas respostas.
Neste artigo, você conhece essa referência, quem está por trás dela, seus princípios e fundamentos.
O que é MEG?
O MEG é uma referência para o amadurecimento e profissionalização da gestão de uma empresa em um nível sistemático.
O MEG é um standard genérico. Isso o torna extremamente flexível, tendo cada organização a missão de adaptá-lo à sua realidade de maneira única e de acordo com suas prioridades. Mas existem também alguns MEGs setoriais, como para RH, Saúde e Saneamento.
O modelo foi criado pelo trabalho de organizações públicas e privadas, universidades e especialistas de 100 países, sendo o Brasil representado pela Fundação Nacional da Qualidade – FNQ.
A FNQ é fruto da reunião de representantes da iniciativa pública e privada a fim de elevar a produtividade e competitividade do mercado nacional. Para isso, a fundação participa da criação e atua na difusão do MEG e do Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ, bem como cursos, materiais e serviços.
Diagrama dos 8 fundamentos MEG
O MEG integra 8 elementos:
- Desenvolvimento sustentável
- Compromisso com as partes interessadas
- Pensamento sistêmico
- Liderança transformadora
- Pensamento por processos
- Adaptabilidade
- Geração de valor
- Aprendizado organizacional e inovação.
Cada um desses elementos é interralacionado. Sua correlação pode ser formulada em uma frase da seguinte forma:
Para o desenvolvimento sustentável e compromisso com as partes interessadas, a organização deve adotar um pensamento sistêmico e praticar uma liderança transformadora, voltados à realização de uma orientação por processos, a fim de garantir sua adaptabilidade, aprendizado organizacional e inovação, e geração de valor.
8 fundamentos do MEG
Os 8 fundamentos do MEG constituem as características diferenciadoras encontradas nos players mais competitivos do mercado. Vimos acima como eles se articulam em um todo.
Mas, para cada um deles, o MEG 21 elenca temas, processos e possíveis ferramentas para apoio.
Vejamos um resumo abaixo:
1. Pensamento sistêmico
A empresa deve ser capaz de alinhar interdependências internas e externas na tomada de decisão.
Para produzir esse alinhamento, ela tem que estruturar um modelo de negócio voltado à atuação em rede e a um sistema de medição integrado.
Essa “máquina” alimenta a tomada de decisão, que deve ser informada por sistemas de apoio.
2. Compromisso com as partes interessadas
A empresa deve definir quais são as partes interessadas e priorizar as mais relevantes, identificar os seus requisitos, alinhar-se a esses interesses e se relacionar com as partes interessadas, tratando manifestações.
3. Aprendizado organizacional e inovação
A empresa tem que identificar suas necessidades e buscar proativamente aperfeiçoamento e conhecimento para elevar o patamar de competências essenciais e estabelecer um ambiente propício à criação.
4. Adaptabilidade
A organização tem flexibilidade para identificar oportunodades e necessidades de mudança e capacidade de mudar de acordo com o ambiente.
5. Liderança transformadora
As lideranças devem estabelecer a identidade organizacional, visão de futuro e direcionar as equipes para trabalharem de acordo com ela.
A atuação das lideranças deve ser exemplar, pautada pelos valores e princípios organizacionais, governança corporativa e cultura organizacional.
Também cabe às lideranças identificar e preparar líderes e sucessores.
6. Desenvolvimento sustentável
Envolve o planejamento, atuação e monitoramento da sustentabilidade da organização em seu aspecto econômico-financeiro, ambiental e social.
7. Orientação por processos
O MEG recomenda a visibilidade sobre o fluxo de geração de valor através de mapas do processo e de desenvolvimento de sistemas de informação e comunicação, a fim de analisar, gerenciar e remodelar quando oportuno os fluxos.
8. Geração de valor
A organização deve ser geradora, através de seus produtos e serviços, mas também de modelo de negócios, de resultados econômicos, sociais e ambientais sustentáveis.
Como implantar o MEG
A implantação do Modelo de Excelência na Gestão envolve a incorporação dos fundamentos da excelência nos processos da organização.
De acordo com o modelo, essa incorporação dos fundamentos pode seguir o ciclo PDCL – plan, do, check e learn –, uma adaptação do ciclo PDCA.
O texto do MEG não explora, em seu corpo, um roadmap de implantação, mas é rico na explicitação de cada um dos temas relacionados aos princípios e, mais valioso ainda, em ferramentas que as empresas podem usar para isso.
No entanto, os princípios do MEG não podem – nem seria possível – ser implementados de uma vez. Uma vez que podem mexer profundamente nas estruturas organizacionais – desde pessoas, passando por por processos até ferramentas – um projeto que visa se aproximar das recomendações do MEG deve ser faseado de acordo com as prioridades da organização.
Uma leitura que pode completar o MEG é a ISO 9004.
Uma referência para excelência
Modelos como o MEG são referências que podem aportar insights valiosos para a organização, mesmo que não seja a sua intenção seguir sua cartilha ipsis litteris.
Saber absorver o conhecimento e se apropriar dele quando oportuno é a grande chave para quem quer levar sua organização para a rota do crescimento sustentado.
Inspire-se no MEG e melhore sua organização.
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