Blog
Ferramentas da Qualidade

MASP e PDCA: entenda qual é a diferença

Por: Qualyteam

29 maio 2017 • 5 min de leitura

MASP e PDCA entenda a diferença

Duas ferramentas de melhoria contínua, os mesmos casos de uso – ou não? Quem conhece MASP e PDCA costuma se perguntar: são a mesma coisa? Se não, qual a diferença e o que  ela significa em termos práticos? PDCA é a ferramenta básica da qualidade. O ciclo Plan (Planejar), Do (Fazer), Check (Verificar) e Act (Agir) serve, inclusive, de base a muitas ferramentas e de normas como a ISO 9001 Já o MASP é uma ferramenta menos conhecida do que o PDCA, ainda que, por assim dizer, nacionalizada. Acrônimo de Método de Análise e Solução de Problemas, o MASP foi o modo como a ferramenta internacionalmente conhecida como QC-Story – Quality Control Story se consolidou no Brasil.  Popularidades à parte, qual é a diferença ou a relação entre MASP e PDCA? Vamos recapitular brevemente conceito e procedimentos de cada metodologia, para na sequência visualizar suas diferenças. Planilha MASP - método de análise e solução de problemas

O MASP

O MASP – Método de Análise e Solução de Problemas é um procedimento para tratamento de ocorrências. Com oito etapas que vão da identificação do problema à padronização da solução, o método visa ser uma abordagem científica, ideal para o tratamento profundo de problemas e não conformidades O MASP também é conhecido na literatura como QC-Story – Quality Control Story. Foi na vinda e consolidação da ferramenta no Brasil que ela passou a ser conhecida como MASP. 

8 etapas do MASP

  1. Identificação do problema: delimitação e descrição da ocorrência.
  2. Observação: levantamento do contexto do problema.
  3. Análise: descoberta da causa raiz.
  4. Plano de ação: o que será feito para resolver o problema.
  5. Ação: execução do plano.
  6. Verificação: avaliação dos resultados.
  7. Padronização: estandardização da solução.
  8. Conclusão: revisão do que foi feito.
Planilha Cartas de Controle

O PDCA

O PDCA é um ciclo melhoria contínua que parte da proposição de uma mudança, implementação da mudança, verificação de seus resultados e ação a partir deles Com essas quatro etapas, a ferramenta visa a gestão da mudança e a produção de ciclos de aprendizado contínuos

4 etapas do ciclo PDCA

  1. Plan (Planejar): definição do que, por que e como vai mudar, e que resultados espera auferir.
  2. Do (Fazer): implantação do plano.
  3. Check (Verificar): mensuração dos seus resultados e comparação com o estado inicial.
  4. Act (Agir): correções necessárias e preparação de novos ciclos.

MASP vs. PDCA

MASP e PDCA são ferramentas bem parecidas. E não é por coincidência: o MASP tem suas raízes no PDCA. Podemos ver todas as etapas do PDCA dentro do MASP, mas ele tem algumas especificidades. A primeira diferença do MASP está relacionada à sua origem descritiva, e não prescritiva. O MASP orienta os praticantes a uma profunda análise do contexto e da causa raiz dos problemas identificados. Isso indica que a motivação que leva à escolha do procedimento é reativa. O PDCA já não é específico nesse quesito. A metodologia parte do planejamento, o que a torna amplamente útil em mudanças, como projetos e demais iniciativas. Você não precisa ter um problema por trás de um PDCA. Isso torna a motivação para o uso de um PDCA proativa, com vistas à melhoria contínua, produção de aprendizado. O PDCA visa a experimentação. Iminentemente, ela vai resolver problemas, mas esse não é o enfoque. Assim, podemos afirmar que o MASP está dentro do PDCA, como um de seus desdobramentos. Veja na tabela as características específicas das duas ferramentas: diferenças entre masp e pdca: tabela comparativa

MASP e PDCA podem ser aplicados em conjunto?

MASP e PDCA podem estar na caixa de ferramentas das organizações. Mas, dadas as especificidades que observamos, não faz muito sentido aplicá-los concomitantemente. O mais comum é usar um ou outro de acordo com a finalidade. No caso de tratamento de problemas ou não conformidades, você vai aproveitar mais o MASP, por causa das etapas iniciais. Em projetos de melhoria contínua e ou para produção de aprendizado validado, em que as causas são mais abrangentes e difusas, você vai poder partir imediatamente de um plano de ação, sem esse estudo aprofundado das causas. O que pode acontecer nesse caso é, dentro de um PDCA, você precisar de uma análise de causas. E aí você pode usar o procedimento do MASP para isso ou outros, como o Ishikawa ou 5 porquês.

MASP e PDCA: duas ferramentas para qualidade

Vimos as características gerais de MASP e PDCA, e a partir delas conseguimos delimitar as especificidades e aplicações de cada uma das metodologias. Tenha PDCA e MASP em seu kit de ferramentas de qualidade e aproveite-os! Se tiver dúvidas ou contribuições para enriquecer este artigo, coloque-as nos comentários. Contamos com você!
   ]]>

Avalie esse post
Compartilhe

Respostas de 2

  1. PDCA: conceito ou método?
    Embora seja bastante utilizado e referenciado na literatura, é possível observar que o PDCA é, ora chamado de conceito, ora de modelo, ora de método, ora de técnica. Mas o que seria ele de fato?
    Os modelos são padrões criados, a partir de algum critério restritivo, para representar ou desenvolver algum processo ou atividade. São representações simbólicas com um propósito claro mas que, ao construí-lo, se reconhece, ao mesmo tempo, que há uma limitação. Como o PDCA não é restritivo, mas uma idéia ampla sob o qual métodos específco podem ser criados, então ele não se enquadra na definição de modelo.
    Já a técnica é uma ferramenta, um artifício para a consecução de um propósito parcial e temporário que faz parte de um caminho para um objetivo mais amplo. A técnica se refere à prática direta e, por isso não serviria como inspiração para a construção de idéias mais abrangentes.
    O método, possui várias definições segundo a ótica utilizada. Mas uma denominação geral é um “procedimento regular, explícito e passível de ser repetido para conseguir-se alguma coisa, seja material ou conceitual” .
    Os conceitos, por si, são abstrações ou construções lógicas elaboradas pelo cientista para captar um fato ou fenômeno por eles representado (simbolismo lógico), expressos mediante um sinal conceitual (simbolismo gramatical) . Os conceitos são captados por meio da percepção para tornar inteligível os acontecimentos ou experiências que se dão no mundo real . Isso significa que o conceito é um ordenamento lógico que simboliza uma idéia, sendo o método, portanto, um desdobramento daquele, na medida em que possibilita uma aplicação prática consistente. Exemplos de métodos que se utilizaram do conceito do ciclo PDCA são as normas de gestão da qualidade – ISO 9001 – e meio ambiente – ISO 14.001, o OODA Loop (Observe, Orient, Decide e Act) que é um conceito aplicável ao processo de operações de combate e estratégia militar. Há também os métodos de análise e solução de problemas como o QC Story e o MASP, além do DMAIC (Define, Measure, Analyse, Improve, Control) e DMADV (Define, Measure, Analyse, Design, Verify) utilizados para solucionar problemas e desenvolver novos produtos, respectivamente, na metodologia Six Sigma.
    Assim, embora essa seja uma discussão meramente epistemológica , é incorreto denominar do PDCA de método, pois trata-se de um conceito, sobre os quais os métodos e modelos são derivados.
    Já o MASP, este sim se caracteriza claramente como método, aliás, como o próprio nome indica.
    Fonte: ORIBE, Claudemir Y. PDCA – origem, conceitos e variantes dessa ideia de 70 anos. Banas Qualidade, São Paulo: Editora EPSE, ano XVIII. n. 209, outubro 2009, p. 20-25.

Deixe um comentário

Qualyteam

29 maio 2017

Leia também

Eventos

A Qualyteam é o primeiro Hub da qualidade no Brasil

A Qualyteam surgiu em 2008 com um propósito forte: proporcionar para as empresas uma ferramenta para facilitar os processos de um SGQ.  Assim surgiu o Software Qualyteam e todos os seus módulos: Com esses produtos, fizemos muito pelo mercado, reconhecimento que se refletiu em nossos números. O Software Qualyteam tem: Foram 16 anos intensos. Trabalhamos […]

Sem categoria

Como a Gestão da Qualidade pode prevenir acidentes aéreos?

Os acidentes aéreos, como o ocorrido hoje em São Paulo envolvendo a queda de um King Air F90 pouco após a decolagem, reacendem o debate sobre a segurança na aviação e reforçam a importância da Gestão da Qualidade como ferramenta essencial para prevenir tragédias.  O incidente, cujas causas ainda serão investigadas, serve como um alerta […]

Sem categoria

Implementar um SGQ: saiba por onde começar

Implementar um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é um passo estratégico para empresas que desejam elevar sua eficiência operacional, garantir a satisfação do cliente e estabelecer um modelo sustentável de melhoria contínua.  No entanto, sem um planejamento estruturado, esse processo pode parecer desafiador. Então, por onde começar? Neste artigo, vamos guiá-lo pelos principais passos […]

Gestão Empresarial e Qualidade

Checklist para evitar retrabalho no SGQ em 2025

A chegada de um novo ano é a oportunidade ideal para revisar os desafios enfrentados no ano anterior e planejar melhorias no Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) para 2025. Entre os maiores obstáculos para a eficiência do SGQ, o retrabalho se destaca como um dos mais onerosos.  Ele consome tempo, desperdiça recursos e compromete […]

Qualyteam News

Assine nossa Newsletter e receba as principais informações sobre gestão da qualidade direto em sua caixa de entrada.