Quando se fala em gestão da qualidade, logo se pensa em ISO 9001. Mas, os serviços de diagnóstico por imagem e radiologia têm um programa próprio de referência nacional para a acreditação: o PADI – Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem.
O PADI é um referencial técnico acreditado pela ISQua que incentiva, qualifica e reconhece o cumprimento, pelos serviços do setor de imagem, de critérios mínimos de excelência em qualidade, segurança e gestão. Sua última versão foi publicada é de 2022.
Como toda certificação, o PADI é uma das formas de atestar a confiabilidade de um serviço.
Neste artigo, você compreende em linhas gerais como funciona essa acreditação, quem pode fazê-la, sua estrutura e os passos do processo de acreditação.
O que é PADI?
PADI é o primeiro programa do país para a acreditação de serviços de diagnóstico por imagem.
Criado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem – CBR, o programa surgiu em 2014, a fim de incentivar e nortear as práticas em qualidade, segurança e excelência das atividades, captando as especificidades do segmento.
A acreditação PADI tem 3 anos de duração, sendo renovável mediante auditoria para reacreditação.
Serviços elegíveis para a acreditação PADI
- Densitometria óssea
- Mamografia
- Medicina nuclear
- Radiologia geral
- Radiologia intervencionista
- Ressonância magnética
- Tomografia computadorizada
- Ultrassonografia
- Telerradiologia.
Todo serviço de radiologia e diagnóstico por imagem precisa ter o selo PADI?
Não. A adesão ao programa é voluntária e sempre envolverá todas as unidades de uma empresa prestadora de serviços de diagnóstico de imagem.
A estrutura da norma PADI
A Norma PADI é orientada em cinco princípios:
- Governança e gestão administrativo-financeira
- Gestão da qualidade
- Realização do serviço
- Serviços de apoio diagnóstico
- Gestão da infraestrutura, radiação e segurança.
Resumidamente, trazemos abaixo o que trata cada princípio:
Princípio 1 – Governança e gestão administrativo-financeira
Engloba políticas, estratégias, objetivos e metas da instituição tanto com objetivo de compliance quanto de crescimento sustentado.
Princípio 2 – Gestão da qualidade
Envolve toda a parte de gestão da qualidade, com enfoque na criação de procedimentos documentados de todos os processos, inspeções e controle de qualidade, gestão da informação documentada, auditorias internas, apontamento e tratativa de não conformidades.
Princípio 3 – Realização do serviço
Normatiza o que a prestação do serviço deve conter, passando por itens como identificação dos pacientes, armazenamento de materiais, equipamentos de segurança, condições para execução de exames e identificação e qualidade de laudos e imagens.
Aqui os serviços poderão usar certificações setoriais como apoio à adequação ao PADI, como ProQuaD, Selo de Qualidade em Mamografia do CBR, Selo de Qualidade em Ressonância Magnética do CBR.
Princípio 4 – Serviços de apoio diagnóstico
Trata de toda a parte de gestão de pessoas e segurança ocupacional, envolvendo itens como gestão de competências, programas de treinamento, políticas, programas de avaliação de desempenho.
Você também encontra os requisitos relacionados à aquisição e gestão de equipamentos, produtos e serviços, bem como à tecnologia da informação, higienização de artigos e superfícies, desinfecção e esterilização, e processamento de roupas
Princípio 5 – Gestão da infraestrutura, radiação e segurança
Todas as condições para garantir segurança dos envolvidos no serviço, que deve seguir RDCs e recomendações do CNEN aplicáveis.
PADI e ISO 9001
A ISO 9001 é uma referência para a norma PADI, que é totalmente alinhada a ela. No entanto, esta vai bem além quando se trata de especificações. Pontos que só são citados na ISO 9001, são expressamente definidos no PADI.
Só para citar um exemplo, o PADI exige que as auditorias internas sejam anuais, enquanto a ISO 9001 não diz nada sobre essa frequência, cuja definição fica a cargo da organização.
Outro exemplo: o PADI elenca as informações mínimas que procedimentos e documentos como laudos devem conter, enquanto a ISO 9001 não.
A ISO 9001, até por ser uma norma que se pretende válida e aplicável a qualquer segmento, não entra nesse tipo de detalhe – e nem poderia.
Portanto, um serviço de diagnóstico de imagem que se alinhe ao PADI precisa de muito pouco mais para se alinhar à ISO 9001. Porém, o contrário não necessariamente é o mesmo: você pode estar alinhado à ISO 9001 sem conseguir qualificar para um selo PADI.
Como funciona o processo de acreditação PADI?
A acreditação PADI pode ser obtida por clínicas e serviços de todo porte, independentemente da quantidade de colaboradores, do perfil e do número de exames realizados.
São 5 passos:
1. Atendimento de critério de elegibilidade
Antes de começar, verifique se a instituição atende aos critérios de elegibilidade exigidos. São eles:
- Alvará da prefeitura e alvará da vigilância sanitária;
- Inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM);
- Inscrição do responsável técnico no CRM (documento emitido via site da entidade);
- Inscrição no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES (documento emitido via site da entidade).
E para serviços de medicina nuclear:
- Autorização de operação emitida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN;
- Licença da CNEN estabelecendo quais radiofármacos o serviço pode adquirir e em qual quantidade;
- Certificado de Especialista em Física de Radiodiagnóstico do Supervisor de Proteção Radiológica.
Tudo certo até aqui? Vá para o próximo ponto.
2. Cadastro e avaliação iniciais
O CBR disponibiliza um portal para cadastro da instituição, cujas informações passam por uma avaliação inicial. Após essa verificação é feito o contrato.
3. Envio da documentação exigida para auditoria
Uma série de documentos devem ser submetidos dentro de um prazo preestabelecido para avaliação técnica do PADI, sendo parte do processo de auditoria de acreditação. Isso inclui itens como imagens e laudos devidamente anonimizados.
Após a aprovação, a instituição evolui para a auditoria presencial.
4. Auditoria presencial
O programa de auditoria é estabelecido, e as auditorias realizadas presencialmente na instituição (incluindo todas as unidades).
Na auditoria para acreditação, todos os critérios da norma PADI são avaliados formalmente.
Ao final da auditoria, o relatório é entregue para a instituição. Para ser recomendado para a acreditação, o serviço deve contar com 80% ou mais de critérios conformes.
5. Concessão do certificado de acreditação
Tendo atingido o score exigido, o serviço de imagem se encontra apto a receber a acreditação.
Ela é válida por um ano e pode ser renovada por mais 2, mediante auditorias de manutenção, ou seja, auditorias formais a cada ciclo, sendo a primeira um ano e a segunda dois anos após a concessão.
Instituições que não se qualificaram podem se submeter a uma auditoria de acompanhamento. Esta é uma segunda oportunidade de obtenção do selo.
PADI: o que representa para a sua instituição?
Normas como PADI elevam o nível de qualidade e segurança na prestação de serviço e não apenas pontualmente mas de maneira repetível.
Considere esse passo evolutivo no seu SGQ e conte com Qualyteam para implantar.