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Análise PESTEL: como usar no mapeamento do ambiente externo

Por: Adriana Sartori

19 jun 2023 • 7 min de leitura

imagem com lettering análise pestel

compreender em que ambiente vai operar, as chances de ter surpresas é alta. Existem muitas ferramentas para dar conta de monitorar o contexto organizacional em todos os seus aspectos. A análise PESTEL é uma das ferramentas mais conhecidas e usadas para isso. Mas é possível que você a encontre com outro nome por aí. A análise PESTEL pode ser análise PEST, análise PESTLE, análise PESTAL… variando a ordem de cada item de acrônimo. Mas não se preocupe: todas falam da mesma coisa. Apesar dos variados nomes, a análise PESTEL é simples de entender e de usar, sendo útil a negócios de todos os tamanhos, independentemente da maturidade. Neste artigo, você tem um guia para adotar a análise PESTEL no mapeamento do ambiente externo. Kit de ferramentas da qualidade

O que é análise PESTEL

A análise PESTEL é um modelo especificamente pensado para análise do ambiente externo à organização Por meio dela, você considera seis fatores (cada um correspondente a uma letra do acrônimo) que impactam uma empresa:
  • Político: questões governamentais, tendências políticas, mudança de governo, políticas públicas, estabilidade do regime político vigente etc.
  • Econômico: fatores macroeconômicos e microeconômicos, investimentos em setores, fatores fiscais, desigualdade, renda média, custos de mão de obra etc.
  • Social: perfil e comportamento de consumo, mudanças no estilo de vida, valores, desemprego etc.
  • Tecnológico: tecnologias emergentes, transformação digital, inovação, internet etc.
  • Ambiental: sustentabilidade, impactos na natureza etc.
  • Legal: regulação em vigor e em desenvolvimento, leis trabalhistas etc.
Essa análise foi introduzida pelo professor Francis Aguilar em 1967, no livro Mapeando o Ambiente Corporativo, mas com o nome ETPS. Apenas depois ela foi chamada de PESTLE. banner cultura da qualidade

Quando fazer uma análise PESTEL

Ao caminhar por um lugar pelo qual nunca passou, você tende a ficar confuso, o que afeta sua capacidade de tomar boas decisões. Agora, se você identificou as principais vias pelas quais vai passar, você vai reconhecê-las ao longo do trajeto, tomando decisões mais acertadas para seguir uma rota tranquila até seu destino. A análise PESTEL faz a mesma coisa. Ela ajuda a empresa a compreender seu ambiente, mas também possíveis mudanças pelas quais ele está passando. Como a avaliação é segmentada em seis fatores, ela leva a um grau maior de especificidade e de profundidade. Com isso, ela facilita a identificação de incertezas e riscos, mas também de oportunidades promissoras e atalhos a seus objetivos. Como os ambientes mudam – às vezes até abruptamente -, você deve executar a análise a intervalos periódicos para captar movimentos em sua origem ou o mais cedo possível. Normalmente, essa atividade precede e embasa o planejamento estratégico. E aí temos uma periodicidade que pode variar de um a três anos. Momentos que exigem revisão, como disrupções, podem antecipar sua análise.

Análise PESTEL: por que fazer junto com análise SWOT e 5 forças de Porter

Como vimos, a análise PESTEL foca no ambiente externo. Essa é apenas uma parte do mapeamento do ambiente operacional de uma organização. Para compreendê-lo em sua completude, você deverá mapear também o ambiente interno. Para mirar para o seu segmento, por exemplo, e compreender seu mapa competitivo, você pode usar as 5 forças de Porter. Já para complementar o levantamento olhando para dentro da organização, seu ambiente interno, a ferramenta consagrada é a análise SWOT O mais comum, portanto, é que o mapeamento de questões internas e externas seja feito com – ao menos – essas três ferramentas.

Quem faz a análise PESTEL

Análises como a PESTEL são atributos da alta gestão da empresa, porque atreladas ao planejamento estratégico.  Mas não existe regra que define quem deve participar desse processo. Normalmente, de acordo com a criticidade da análise, as organizações criam comitês temporários para executá-las.

Como fazer a análise PESTEL

Vejamos um passo a passo para estruturar um processo completo de análise PESTEL na organização.

1. Prepare

O sucesso da análise vai depender da preparação.  Escolha de um facilitador experiente. Esse profissional vai selecionar quem deve participar, vai coordenar as agendas e toda a estrutura para que a dinâmica aconteça. Mas não só. Ele tem o papel fundamental de garantir o alto nível de discussão e o foco. Como? Ele vai orientar os participantes por meio de exemplos, de materiais, de insumos, para que eles coletem dados e já esbocem seu mapa. Lembre-se: a validade da análise PESTEL vai depender da qualidade e da quantidade de informação disponível para a organização. Quanto menos achismo houver, melhor.

2. Execute

Fator por fator, execute o brainstorming Como esse brainstorming acontecerá – se coletiva ou individualmente – cabe ao facilitador decidir de acordo com o perfil dos participantes. Em grupo, as ideias se dispersam menos e aprofundam mais. Separadamente, dispersam mais e aprofundam menos. Essa é uma escolha. Dá para criar subgrupos de análise por fator, também. Nada impede que você estabeleça as regras do jogo de acordo com o que for melhor para aquele grupo de trabalho ou para a análise daquele momento específico. Ponto fundamental: quanto mais bem preparados os participantes estiverem para executar a análise dos pontos, mais rica e qualificada será a análise.

3. Interprete e avalie os dados

Levantados os pontos é hora de interpretar. O objetivo é chegar a uma ideia clara das influências externas à organização. Nem todos os fatores terão o mesmo peso, nem a concordância geral. Lance mão de outras ferramentas como uma matriz de risco ou matriz GUT para avaliar.  Formalize os resultados obtidos e comunique a quem vai consumi-los.

4. Monitore e revise 

Ambientes são vivos. Logo, toda a empresa deve estar atenta a mudanças que possam impactá-la. Monitore seu ambiente e revise os itens da matriz PESTLE a intervalos regulares e/ou sempre que se fizer necessário. A análise PESTEL, assim como SWOT e forças de Porter, melhora com a prática, mas também à medida que a organização vai percebendo o valor de usá-las em seu planejamento estratégico.

Análise PESTEL: exemplo

Político Econômico Social Tecnológico Ambiental Legal
Ativismo político Guerra Relações diplomáticas conturbadas Recessão Aumento da inflação Queda na renda média Aumento dos custos operacionais e logísticos Busca por produtos mais baratos Volta ao modelo presencial de trabalho Busca por marcas éticas Aumento do uso do e-commerce Omnicanalidade das marcas Retorno ao verejo presencial Impactos produtivos no ambiente Aumento na incidência de desastres nos ambientes produtivos Mudança nas embalagens Possível mudanças no regime tributário  

Analise seu ambiente externo

Diretores e gestores de empresas sempre têm ideia de como é seu ambiente. Mas nem sempre tomam o cuidado de estruturar, formalizar e comunicar essa análise. A análise PESTEL fornece um modelo simples para começar a fazer isso e se tornar uma referência para os planos da organização. Já utiliza PESTEL em sua empresa? Conte para nós nos comentários e deixe a sua contribuição!]]>

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19 jun 2023

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