Existe diferença entre risco e perigo?
Embora sejam fundamentais dentro do sistema de gestão da qualidade, em um sentido mais amplo, e, especificamente, dentro da segurança e saúde no trabalho, risco e perigo são dois termos que, dentro da gestão de riscos, apresentam diferenças nem sempre percebidas no uso comum da linguagem.
Mas, para que sua equipe não tente gerenciar coisas que não pode medir ou que são difíceis de controlar, é preciso determinar essa definição.
É o que ajudamos você a fazer neste artigo.
O que é perigo?
A ISO trabalha o conceito de perigo como uma fonte ou situação com o potencial de causar um dano ou perda, de maneira imediata ou crônica.
Um processo pode ter perigos inerentes, isto é, naturalmente relacionados ao exercício daquela atividade, ou então perigos potencializados por comportamentos arriscados.
Para descobrir os perigos em um processo, você deve se perguntar que ações, eventos, situações ou comportamentos potencialmente podem levar a efeitos:
- físicos: sobre infraestrutura, como instalações e equipamentos;
- químicos: sobre formulações, vazamentos, reações e radiação;
- ergonômicos: ligados a condições inadequadas de trabalho, como movimento repetitivo, inseguro etc.
- psicológicos: relacionados ao bem-estar psíquico da equipe, como salários adequados, estresse etc,
- biológicos: ligados a contaminações por agentes como vírus, bactérias etc.
Os perigos estão aí, mas a pergunta que sempre fazemos é: qual a probabilidade de eles ocorrerem? Nessa avaliação determinamos o risco. Vamos falar dele abaixo.
O que é risco?
Em todo o seu corpo normativo, a ISO trabalha a mesma definição de risco, que engloba tudo que pode desviar uma organização de seus objetivos.
Risco é a probabilidade de uma ameaça potencial ou incerteza se concretizar, desviando a empresa de seus objetivos.
Quando esse desvio é negativo, o risco é uma ameaça. Quando esse desvio é positivo, esse risco é uma oportunidade.
Há variadas fontes de riscos, internas e externas, assim como eventos com risco potencial maior ou menor. Por isso, quando nos perguntamos “qual é o risco?”, perguntamos também qual é a probabilidade de um efeito ou desvio ocorrer.
Um exemplo prático
Risco: Acidentes de trabalho.
Perigos (fontes do risco):
- Não usar todos os EPIs
- Não dispor de profissionais com a competência adequada
- Equipamentos sem calibração adequada.
Qual a diferença entre riscos e perigos?
Enquanto o perigo é algo que pode causar um dano e o risco é a chance ou a probabilidade de ele acontecer, já se percebe a diferença.
A principal diferença entre risco e perigo é que todo risco representa ao menos um perigo, enquanto perigos nem sempre representam um risco efetivo.
No exemplo acima, poderíamos dizer que o risco de acidente de trabalho não existiria ou seria muito baixo, caso a empresa não tivesse aqueles perigos.
Por isso, o gerenciamento de riscos se dá pela ação sobre os perigos. No exemplo acima, para mitigar o risco de acidentes a empresa deverá atuar sobre as fontes de risco (perigos). Para isso, ela provavelmente reforçará as orientações sobre o uso dos EPIs, fará treinamentos e calibrará suas ferramentas.
Após as ações, ela novamente avaliará o risco, a fim de identificar se ele foi de fato mitigado.
Gestão de riscos e perigos: mitigue perigos antes de que o risco se torne alto
O gerenciamento de riscos e perigo ainda está se consolidando no Brasil. Esse trabalho vem sendo feito por iniciativa, em muitos casos, dos setores ligados a Qualidade e Segurança no Trabalho.
Se esse é seu objetivo, continue e evoluir seu conhecimento acompanhando os conteúdos da Qualyteam.
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