A diferença entre eficiência e eficácia pode ser uma questão gramatical, mas ela tem peso na gestão da qualidade.
Muitos consideram esses termos sinônimos – e com razão. Dicionários como o Caldas Aulete, por exemplo, os relacionam dessa maneira.
Ainda que no uso comum estejam constantemente correlacionados (e é importante dizer que sem que se incorra em erro), há particularidades semânticas que eles adquirem quando aplicados ao domínio da qualidade que acabam por distingui-los.
Neste artigo, vamos aos conceitos e, depois, a um comparativo para compreender o que implicam na sua gestão da qualidade.
O que é eficiência?
Eficiência é a capacidade de performar bem. Eficiente é alguém com bom rendimento e desempenho em suas tarefas, trabalhos e processos, que não desperdiça recursos de tempo, de energia e financeiros.
Nesse sentido de relação entre esforço, capacidade e desempenho, eficiência tem a ver com produtividade: quanto mais eficiente, menor o esforço empregado na execução.
Eficiência também tem a ver com competência. É a produtividade feita com o mínimo de erros, demora, perdas e desperdícios.
Eficácia: o que é?
Eficácia é a produção dos efeitos desejados pela atividade ou tarefa executada. Eficaz é uma ação que levou aos resultados que se esperava dela, tonando-os reais. Uma pessoa também pode ser eficaz, quando faz o que se propõe.
Eficácia, portanto, tem a ver com a realização do objetivo ou fim que se buscava.
Eficiência vs. eficácia
Posto de maneira simples, enquanto eficiência tem a ver com o meio (as atividades, processos ou trabalho), a eficácia tem a ver com o resultado de uma ação ou processo (finalidade).
O conceito de eficácia não necessariamente diz respeito ao modo como se produziu esses resultados.
Posso ser eficaz utilizando os meios errados. Uma ação pode ser eficaz, no sentido de que produziu os resultados que se esperava. Mas ela pode ser ineficiente, no sentido de que não é executada com competência e produtividade. Ela pode demorar, ser cara e exigir muito esforço. Nesse caso, ela é apenas eficaz porque funciona, mas ineficiente porque não funciona bem.
Da mesma maneira, você pode ter profissionais ou processos extremamente eficientes produzindo os resultados errados ou indesejados. Nesse caso, eles não serão eficazes.
O encontro entre a eficácia e a eficiência
Observando as nuances que distinguem eficácia e eficiência, logo se nota que esses conceitos se complementam, ou melhor, andam juntos.
A gestão da qualidade busca a eficácia com eficiência: você precisa produzir os resultados certos da melhor maneira possível.
Por isso, o segmento atua sobre ambos, e em muitos casos com as mesmas ações. Atua sobre a eficiência quando mexe nos processos de produção de um produto ou serviço, a fim de aumentar a produtividade, melhorar o desempenho, eliminar desperdícios e perdas ou diminuir o esforço. Isso pode ser diminuir o número de paradas de operação, quebra de equipamentos etc.
No caso da melhoria de eficácia, você pode redimensionar, redesenhar ou desenhar novos processos a fim de produzir os resultados de que precisa no momento, elevando a sua eficácia. Isso pode significar diminuir o número de falhas de produção, melhorar a qualidade dos fornecedores e tudo o que leva a um resultado melhor.
Em alguns casos, em nome de uma alta eficácia, você poderá perder um pouco em performance, e vice-versa. A chave da qualidade é achar o ponto de equilíbrio adequado para a organização.
Eficácia e eficiência: encontre o seu ponto de equilíbrio
Como você viu, pode haver eficiência sem eficácia e eficácia sem eficiência. Isso porque esta tem a ver com o processo e aquela com o resultado que ele produz.
Por isso, a qualidade atua sobre ambos de diferentes formas.
Evidentemente, o resultado buscado é o mesmo: excelência.