projeto de gestão da qualidade dentro das empresas não é algo tão simples, já que muitas das mudanças passam a ocorrer na cultura organizacional, o que gera certa resistência por parte de muitos funcionários. Naturalmente, tudo o que é novo tende a trazer resistências em um primeiro contato. Mas o fato está na forma como as organizações lidam com esta resistência e como isto pode afetar o processo de planejamento e de execução destas mudanças. Em 2015, a ISO 9001 foi reformulada e algumas alterações foram realizadas para a nova versão. Dentre as modificações, estão os Princípios da Qualidade, que antes contavam com 8 e agora são apenas 7. Mas, apesar da redução, sua utilização dentro das organizações continua sendo de extrema importância, uma vez que o não cumprimento destes princípios impacta diretamente o Sistema de Gestão da Qualidade. É importante destacar que a palavra “qualidade” não atua isoladamente, mas deve sempre estar acompanhada de uma pergunta: Qualidade para quem? Os colaboradores precisam saber da importância que possuem no processo de mudança e como isso pode impactar no alcance das estratégias estabelecidas. No artigo de hoje, daremos algumas dicas de como lidar com o processo de mudança de maneira estratégica e como engajar novos colaboradores. Preparado? Então, vamos lá!
Sumário
1. Saiba liderar
Muitos gestores acabam erroneamente encarando a liderança como um simples “cargo gerencial” ou de pessoas que estão à frente de equipes. Mas o fato é que o papel do líder dentro de uma organização é fator chave no processo de mudança, ou seja, é ele quem irá conduzir seus colaboradores para uma melhorar execução, esclarecendo as ações e, assim, alcançando melhores resultados. Gestores que não lideram a qualidade, possivelmente, encontraram falhas no decorrer do Sistema de Gestão da Qualidade pelo simples fato de não engajarem seus colaboradores nas mudanças realizadas. Um bom exemplo disso é o caso da ISO 9001:2015, em que o líder precisa conhecer as alterações para poder partilhar com os colaborados. Assim, a equipe saberá quais alterações ocorreram e qual a importância da implementação para a organização.2. Promova programas de capacitação
Incentivar a busca pelo aprimoramento profissional é a melhor forma de estimular a reciclagem do colaborador e, assim, promover uma melhor aceitação diante de mudanças. Gestores que investem nas habilidades dos seus funcionários podem direcionar as oportunidades da empresa de acordo com o perfil de cada integrante da sua equipe, promovendo assim a inserção de novas pessoas para o exercício das funções e possibilitando que o colaborador se sinta valorizado e faça parte do crescimento da organização. Toda e qualquer melhoria demanda da empresa uma preocupação em treinar seu colaborador para que a execução dos processos sejam realizados corretamente. É impossível exigir conhecimento prévio para uma determinada função sem uma adequada capacitação. Por isso, invista em programas de treinamento não apenas quando há mudanças, mas torne esta prática constante diante da organização. Tudo se torna mais facilitado quando o colaborador é preparado para a mudança. Lembre-se disso!3. Integre conhecimento
Para Peter Drucker, “o que pode ser medido, pode ser melhorado” e o que pode ser compartilhado pode se tornar ainda melhor. Como programas de qualidade envolvem mudanças organizacionais, não tem validade apenas o nível gerencial se comprometer; é preciso que haja um trabalho participativo de todos os níveis hierárquicos, tanto no processo de implantação quanto no de manutenção de sistemas de qualidade. Equipes do Círculo de Controle de Qualidade (CCQ), da implantação do programa 5s, de limpeza, a CIPA, do PCP e todos os outros colaboradores e equipes devem fazer parte da nova filosofia a ser implantada. Além disso, o monitoramento constante ajudará gestores a identificar as principais falhas e resistências das novas mudanças. Elabore planilhas e as implemente para o controle de todas as etapas de produção, realize benchmarkings comparando a produtividade da empresa sob diversos pontos de vista e faça reuniões periodicamente para traçar metas e avaliar as ações em execução. Atualmente, o grande dilema de muitas empresas é como reduzir os custos sem reduzir a qualidade. Quer saber a resposta? Clique aqui e saiba como!]]>
Respostas de 10
Muito interessante o artigo. Trabalho em uma empresa que utiliza os seus serviços.
Obrigado por participar conosco, sr. Domingos!
Grato pela contribuição. Creio que os SGQ’s não podem se distanciar dos níveis operacionais da empresa integrando e trocando experiências no desempenho das suas atividades
Excelente artigo. Realmente o processo de implantação deve ser muito bem planejado, e sua implementação puxada pela Direção, buscando sempre o engajamento de todos.
Muito bom! Em minha última experiência no departamento de Qualidade Assegurada trabalhávamos diretamente com área produtiva e staff onde a qualificação dos funcionários era uma de nossas maiores preocupações. Realmente um treinamento bem aplicado faz toda diferença!
Que bom, Tatiana! Casos de sucesso em gestão da qualidade são bastante valorizados hoje em dia.
Gostei bastante do artigo! E com as mudanças da nova revisão, mantenho a esperança de uma maior aderência da alta direção, consequentemente, dos gestores das demais áreas para com o SGQ. O problema que venho percebendo em alguns lugares por onde atuei é justamente a resistência, mas não as dos colaboradores da produção/operação e sim de Gestores nas demais áreas, os quais deveriam se conscientizar de que também fazem parte do SGQ, que o SGQ não é um setor ou atribuição apenas da qualidade. Aí ficamos muitas vezes numa “sinuca de bico”, pois esses acabam não fazendo a sua parte, comprometendo o projeto ou e se persistirmos nas cobranças, mesmo ensinando, conscientizando, oferecendo o suporte necessário, etc., a tendência e sermos vistos como ïnimigos” por termos que reportar à alta direção tais gargalos e se fizermos vista grossa, as coisas não andam e pode os ser vistos como incompetentes, enfim, Qualidade todos querem “ter”, mas poucos querem “fazer” e esse problema é um enorme entrave, caso não houver o apoio real da alta direção. É claro que também passei por empresas, onde todos os gestores participavam, outras onde a alta direção teve que “falar grosso” (rsrsrs) e aí as coisas deram certo…apenas quis colocar esses casos, pois como podemos observar, aqui no Brasil, as pessoas geralmente têm resistências em seguir normas e regras, principalmente se essas representarem mudanças de hábitos e de atitudes.
Bem comentado, Marco Antonio.
Sua percepção tem muito a ver com o resultado de nossa pesquisa em várias empresas do Brasil (Clique para ver). Estamos preparando materiais que pretendem auxiliar na tratativa deste problema de engajamento da alta direção.
Sugiro a leitura de nossa entrevista com Rodolfo Schlemm, que tem décadas de experiência sobre a aproximação da qualidade com a alta direção.