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O método simples de definir critérios metrológicos

Por: Qualyteam

13 maio 2013 • 3 min de leitura

Fluxo

(por Clóvis Gonçalves*)

conferencia_Calib

O ocorrido em uma das últimas auditorias na qual participei veio confirmar o que escrevi no artigo Calibrado, mas nem tanto. E exemplifica como um detalhe que passa despercebido pode afetar os resultados de uma medição e, consequentemente, a tomada de decisão do tipo que pode liberar um lote potencialmente inseguro ou reprovar um lote que apresenta-se conforme. Durante a visita, constatei que vários termômetros traziam um ajuste na forma de uma etiqueta, indicando que o resultado lido deveria ser adicionado ou subtraído de um valor, que girava em torno de 0,4oC. Alto, considerando-se que uma das medições feitas tinha uma tolerância de processo de 1,0oC.  Pedi para olhar o histórico de verificação dos termômetros e constatei que para um mesmo instrumento, ora a verificação requeria ajuste para mais, ora para menos. Minha desconfiança se confirmou quando me foi apresentado o certificado de calibração do termômetro de referência, com uma incerteza de 0,7oC. Ou seja, a falta de análise crítica do certificado levou a adotar como referencial um termômetro com péssimo desempenho. Como evitar situações como essa? Definindo critérios de aceitação para seleção e calibração de instrumentos de medição, tomando como parâmetro a tolerância do processo. Segue alguns passos simples para isso, sendo que o valores adotados como critérios são meras sugestões, mas que não fogem muito do recomendável. Considere que a escolha dos valores dependerá do nível de precisão desejada, contrabalanceada com o investimento possível.
  1. Seja T, a tolerância de processo, R a resolução do instrumento de medição e U a incerteza do mesmo. Por exemplo, se um método analítico orienta incubar a placa a uma temperatura de 34 a 36oC, a tolerância é T=1oC.
  2. Um instrumento é adequado para monitorar esse processo se apresentar resolução R<T/3. No exemplo acima, o termômetro deve apresentar resolução menor que 0,33oC.
  3. Quando calibrado, o certificado de calibração deve apresentar uma incerteza U<T/6. No nosso caso, U<0,16oC.
Existem outras maneiras de estabelecer critérios para seleção e aprovação da calibração de instrumentos de medição. Mas fica aí uma sugestão relativamente simples e eficaz para assegurar medições mais confiáveis. Ótima semana! __________ Leia mais em: http://foodsafetybrazil.com/um-metodo-simples-de-definir-criterios-metrologicos/ * Clóvis Gonçalves é tecnólogo em alimentos pela UTFPR e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas. É auditor líder das normas ISO 9000 (sistemas de gestão da qualidade) e ISO 22000 (sistema de gestão da segurança dos alimentos), com 20 anos de experiência em implantação e gerenciamento de sistemas de garantia da qualidade e segurança dos alimentos.]]>

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Respostas de 7

  1. Bom dia,
    Gostei muito deste artigo. Tirou de letra um mistério que nem todos querem falar, além de esclarecer sobre o tema.
    Obrigada e continue postando temas bacanas como este.
    Parabéns!

  2. Sr Clóvis Gonçalves,
    O seu conceito de tolerância esta errado. Conforme NBR 6158:
    3.7 Tolerância
    Diferença entre dimensão máxima e a dimensão mínima,
    ou seja, diferença entre o afastamento superior e o afastamento
    inferior.
    Solicito corrigir o artigo, a tolerância do processo T é 2ºC
    Conte comigo!
    Samuel Rocha

  3. Olá, gostei muito do artigo, mas me surgiu uma dúvida. Eu tenho um processo onde o critério de aceitação é <600 está OK, se estiver maior, reprovado. Qual seria a resolução máxima do instrumento para esse serviço? qual a tolerância para esse serviço? Qual o valor do erro permitido para o meu instrumento de medida?
    obrigado.

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Qualyteam

13 maio 2013

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