(por Marcos Augusto F. Borges*) O Brasil é o país do futebol? Acho que isso já não é tão verdade… Mas mesmo quando não havia dúvidas que éramos a capital do mundo nessa área, ganhamos muito poucos títulos. Depois da era Pelé – um momento único onde um grande conjunto de craques fora do normal surgiu por aqui – demoramos 24 anos para ganhar outro título. E até 2010, em dez copas, foram dois títulos, tantos quanto Itália, Alemanha ou Argentina nesse mesmo período. Não vou discutir técnica ou estratégia, porque não sou tão especialista em futebol. Mas há dois pontos que certamente fazem muita diferença nessa seara que não tem a ver com bola rolando: um é sobre a gestão e outro é sobre a liderança.
A liderança é essencial, porque, quando temos uma equipe para gerir, temos que saber como tirar dela o melhor.A liderança é essencial, porque, quando temos uma equipe para gerir, temos que saber como tirar dela o melhor. É incrível como há técnicos que conseguem resultados incríveis com um conjunto de jogadores medianos. E também é fato que muitas vezes “dream teams” formados por um grande conjunto de craques, naufragam sem nenhuma grande conquista. Tudo se deve a conseguir fazer do conjunto algo mais importante que o individual. Vejo em empresas algo semelhante: tem empresas que contratam pessoas brilhantes e não conseguem resultados com elas e tem empresas que com equipes sem nenhuma grande estrela, mas com ótima liderança e espírito de equipe, conseguem superar todas as expectativas. Acredito que o grande motivo de termos ganhado a copa de 2002 tenha sido o técnico Scolari. E não por causa de suas estratégias, de como posicionou os jogadores: na verdade, não considero o Felipão um grande estrategista. Mas ele é, sem dúvidas, um grande líder. E ele consegue transformar aquele grupo de jogadores em uma “família”, usando as palavras dele. Em resumo, ele consegue fazer com que todos se sintam parte do mesmo time, todos se respeitando e trabalhando para o conjunto. E, quando falamos em uma seleção brasileira, formada por jogadores que são estrelas milionárias, conseguir fazer com que eles deixem a arrogância de sua vida de sucesso de lado e trabalhem como operários para um bem comum, é uma coisa muito difícil: aí mora a genialidade de nosso técnico. Um líder não é, como muitos pensam, uma pessoa boazinha da qual todos gostam. Steve Jobs era sem dúvida alguma um grande líder, mas também uma pessoa arrogante e desagradável. Mas Jobs tinha uma visão e conseguia que todos acreditassem nela e confiassem nele para alcança-la. O Felipão é uma versão latina do Jobs: é duro quando tem que ser, é antipático quando acha necessário, mas consegue colocar todos olhando para o mesmo lugar, e acreditando que ele é um bom guia para chegar lá. Diferentemente do Jobs, respeitando nosso jeito latino, ele tem o lado paizão, protetor, porque não é típico do brasileiro ser tão seco e objetivo como os americanos… Mas, ambos, são grandes exemplos de líderes. E é confiando nesse grande líder que é o Felipão que me despeço neste post. Torcendo para que ele consiga, novamente, sucesso na sua empreitada. _______________ Fonte: Marcos Augusto F. Borges em http://www.auctus.com.br/como-fazer-um-time-ser-campeao/]]>