1) Muitos ainda tem falado sobre a burocratização da norma. Qual o seu papel como auditor em relação à interpretação dela? R: O nome já diz, conjunto de requisitos, então o engessamento, a burocratização de alguns pilares, ela é inerente e está caminhando para uma desburocratização, as pessoas que vivenciam a norma de 2008 sabem que existem muitos requisitos que são subjetivos, passíveis de interpretação, por exemplo, documentos e registros vão se transformar em informação documentada, mas claro, existem alguns requisitos que ainda são subjetivos e passíveis de avaliação por parte do auditor. 2) Um ponto positivo da nova versão é que ela pede 0 procedimentos, isso é um total estímulo à desburocratização? R: Existem cláusulas que dizem que a informação documentada deve ser mantida, então a norma por exemplo, não vai mais exigir o Manual da Qualidade por exemplo, mas algumas informações documentadas serão cobradas sim durante as auditorias. 3) Você considera a identificação das lideranças um ponto chave para a gestão? R: A gente ouve muito no mercado que a gestão da qualidade vem de cima, quer dizer, tem que ser uma diretriz patrocinada e endossada pela alta gestão da empresa. O que eu tenho visto no mercado é que a maior dificuldade é envolver estar pessoas na gestão. Então, respondendo a pergunta, é sim fundamental que eles participem, e à partir desta revisão 2015, a alta direção será mais cobrada. 4) O RD não será mais obrigatório? R: Não, o papel não será mais formalizado, não será mais cobrado, porém nada impede de ter ele presente dentro da empresa e isso foi decidido para que haja um maior envolvimento da alta direção. A ISO possui várias normas, muitas delas relacionadas a sistemas de gestão, como a ISO 9001 para gestão da qualidade, ou ISO 14001 para gestão ambiental. À medida que crescem, as empresas têm uma tendência a atender a várias dessas normas de gestão simultaneamente. Um fator dificultante hoje é que, apesar de tratarem de padronização, essas normas não são muito parecidas entre si, ou seja, não seguem uma lógica muito parecida. O Anexo SL é uma estrutura que pretende padronizar as normas da ISO que estão por vir, desde a ISO 9001, que será publicada nos próximos meses. Segundo a BSI, “Todas as normas de sistema de gestão do futuro terão a mesma estrutura de alto nível, texto principal idêntico, bem como termos e definições comuns.” Dessa forma, entendendo o Anexo SL, você terá maior facilidade em lidar com qualquer norma de sistemas de gestão da ISO. Também deverá ser mais prático controlar e auditar diferentes normas ao mesmo tempo. Todas as normas ISO agora terão 10 cláusulas bem definidas: 1) Escopo, que informa os objetivos da norma; 2) Referências Normativas, ou seja, outras normas e publicações que tenham relação; 3) Termos e Definições, que agora serão mais parecidos entre diferentes normas; 4) Contexto da Organização, que seria a definição do estado atual da empresa e quais fatores podem influenciar no alcance do objetivo; 5) Liderança, onde a ISO passa a cobrar mais da alta direção das empresas; 6) Planejamento, onde entra o 5W2H para lidar com riscos e oportunidades; 7) Suporte, que trata de todas as ferramentas que podem auxiliar nas atividades; 8) Operação, com gestão de processos etc; 9) Avaliação de Desempenho, que trata dos monitoramentos, análises, avaliações e revisões; 10) Melhoria, onde são citadas as não conformidades, ações corretivas e ações de melhoria. Esses pontos são tratados com mais detalhe em um PDF da própria BSI, e se você ainda tem dúvidas, deixe seu comentário aqui embaixo.]]>