Exagero não é prevenção: é custo

Prevenção de Acidentes

Merece atenção o momento que vivemos em relação a prevenção de acidentes em muitas das empresas brasileiras.
Um ponto muito importante a ser mencionado e com certeza que carece de análise diz respeito a mudança do comportamento dos profissionais e por consequência das empresas que eles representam em relação a emissão de documentos.
Se no passado nossa área tinha problemas pela falta de documentos ou mesmo registros nos tempos atuais nota-se que passamos de um extremo ao outro sem nos darmos conta que na verdade o ponto mais interessante seria o meio entre as duas condições.
Se antes faltava papel – hoje eles sobram e mais do que isso na grande maioria dos casos servem apenas para alimentar sistemas burocráticos que pouco ou nada agregam valor a prevenção.

Em muitas empresas existem hoje listas de solicitações que mais lembram aquelas velhas listas de noivos deixadas em lojas informando os presentes desejados. Na verdade o problema não está na existência das listas mas com certeza no conteúdo que alguma delas tem que em boa parte dos casos demonstra com clareza que quem a definiu o fez copiando de outras empresas sem observar a realidade local.
Tais exageros conduzem a uma serie de problemas e geram custos totalmente desnecessários – mostram acima de tudo que certos gestores não conhecem o assunto do qual cuidam ou se conhecem não tiveram tempo ou interesse em analisar com mais critérios as exigências que fazem. Isso tudo mostra uma gestão equivocada – prevenção e exagero jamais foram sinônimos.(…)
Melhor seria que exigíssemos poucos documentos – mas que este pouco fosse de ato observado e utilizado. Melhor ainda que o que é exigido tivesse algum sentido ou utilidade e não fosse apenas uma espécie de cancela simbólica entre a segurança e ausência desta.
Muitos de nós da prevenção temos contribuído para que nossa área seja vista como uma área de certidões e papeis – quando na verdade estes não deveriam ser mais do que evidências de práticas serias e saudáveis capazes de contribuir para trabalhos realizados de forma segura e saudável.
Em nome da prevenção é bom que façamos uma análise criteriosa do que temos tentando vender como segurança. – estamos lidando com vidas e destinos e isso deve ser levado em conta.
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Autor: Cosmo Palasio de Moraes Jr. – Técnico de Segurança do Trabalho
http://www.cpsol.com.br/website/artigo.asp?cod=1872&idi=1&id=4085