Chamou minha atenção um “twitte” de uma empresa lançando esta semana um concurso para criação de estampas coloridas e criativas. Já faz algum tempo que a Camiseteria Comércio de Roupas Ltda, uma empresa que produz camisetas com estampas exclusivas e utiliza como matéria prima para seus produtos a criatividade de seus clientes que através do site se cadastram e participam de concursos..
Além de estar interagindo com seu público e criando uma identificação com o produto, concede maior poder e participação a pessoas comuns nos processos de produção de conhecimento e no próprio consumo. Com custo relativamente baixo, pois garante a premiação para os vencedores, esta estratégia é solo fértil para originalidade, inovação, pesquisa e desenvolvimento.
“Nossas camisetas são criadas e escolhidas por usuários do site. Participe enviando sua estampa. Os vencedores ganham R$ 1.300 em dinheiro e créditos para compras no site.”
Essa idéia de buscar “conteúdo” fora dos muros da empresa vem ganhando força nas grandes corporações. Em vez de se limitar a seu grupo de funcionários, nomes como Boeing e Procter & Gamble buscam inovação em âmbito global, o que eleva a rapidez e o espectro das descobertas.
A mineradora canadense Goldcorp foi uma das pioneiras na prospecção desse mundo sem fronteiras. O dono da empresa, Rob McEwen, tomou uma decisão radical em 2000, quando suas esperanças de localizar novas jazidas de ouro em Ontário estavam quase esgotadas: colocou na internet todas as pesquisas geológicas que a companhia havia realizado e lançou um concurso global, com prêmio de US$ 575 mil para os que contribuíssem com as melhores idéias na confecção do mapa da mina.
Esses são alguns dos casos relatados no livro “Wikinomics – Como a Colaboração em Massa pode Mudar seu Negócio”, de Don Tapscott e Anthony D. Williams. Considerado um dos mais renomados experts em Tecnologia da Informação no mundo e em tendências da web, Don Tapscott, é autor de 11 best-sellers sobre o impacto da TI nos negócios e na sociedade. Ele utiliza a expressão “Wikinomics”, baseado nas “wikis” (softwares ou páginas que podem ser editados por qualquer usuário) para se referir a esse novo modelo de organização da produção, marcado pela abertura e colaboração entre pares e ação global.
Nesse admirável mundo novo, não haverá lugar para companhias fechadas, hierarquizadas e que guardam seus segredos industriais a sete chaves.
A utilização desse novo modelo começa a entrar rapidamente no mundo industrial. Trinta e cinco empresas da Fortune 500 fazem parte do InnoCentive , um site que reúne 91 mil cientistas de 175 países. Nele, as companhias colocam problemas que suas equipes de P&D (pesquisa e desenvolvimento) não conseguem solucionar e oferecem recompensas que vão de US$ 5.000 a US$ 100 mil para os que trouxerem respostas viáveis.
É um marketplace que conecta corporações, cientistas e organizações em pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de encontrarem soluções inovadoras para desafios complexos envolvendo todos os setores da economia.
A idéia que empurra as empresas para a colaboração em massa é a de que em algum lugar do mundo pode haver respostas melhores para os seus problemas do que as disponíveis dentro de seus muros.
Portanto, a estratégia colaborativa tem algumas vantagens corporativas, como:
- Resolver o problema;
- Confrontar diferenças, trocar de idéias e informações;
- Procurar soluções integrativas e inovadoras;
- Encontrar situações onde todos podem ganhar;
- Ver problemas e conflitos como desafios.
“Um novo tipo de empresa está surgindo – uma empresa que abre suas portas para o mundo, inova em conjunto com todos (sobretudo clientes), compartilha recursos que antes eram guardados a sete chaves, utiliza o poder da colaboração em massa e se comporta não como uma multinacional, mas como algo novo: uma firma verdadeiramente global.” ( Don Tapscott e Anthony D. Williams)
Seja você um “solucionador de problemas” e comece a pensar em como utilizar o potencial da internet para fomentar novas idéias e estratégias sobre seu core businness. Compartilhe!
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