Quem nunca foi mentor ou participou de alguma “brincadeira” de mal gosto com colegas de trabalho? Ou mesmo fez aquele comentário maldoso, ou deixou escapar aquela ironia venenosa? E como chefe , líder ou gerente, nunca gritou com algum colaborador?
Então… que NÃO “atire a primeira pedra”! Você poderá ser acusado de bullying.
Não passar informações completas sobre os trabalhos a serem desenvolvidos, isolar colaboradores, adotar condutas que incluem xingamentos e espalhar rumores ou fofocas, são vários nomes para o mesmo tipo de violência que, em diversos graus estão sendo comparados ao bullying.
Estamos acostumados a relacionar o bullying, ao comportamento violento crescente no ambiente escolar, porém, esta síndrome de humilhação, como alguns autores denominam, estão presentes em diversas instituições como nas prisões, exércitos, empresas, e nos mais diversos grupos sociais.
O bullying no local de trabalho pode ser definido como: “A exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego”¹. (Margarida Maria Silveira Barreto, 2000)
As formas de agressão podem, muitas vezes, ser sutis o suficiente para que os termos “atacado” ou “violência” sejam vistos como exagero ou ainda como descaso, mas os efeitos duram muito tempo e incluem sintomas físicos, emocionais, comportamentais e mentais. Não é incomum encontrar trabalhadores que sofrem com o bullying se envolvendo com o abuso de álcool ou se tornando tabagistas.
Há pessoas que fazem do ato de humilhar um hábito, pois é através desta condição que conseguem diminuir a angústia causada pelo próprio sentimento de inferioridade. O portador dessa síndrome possui necessidade de dominar, de subjugar e de impor sua autoridade sobre outrem, mediante coação; necessidade de aceitação e de pertencimento a um grupo; de auto-afirmação, de chamar a atenção para si. Possui ainda, a inabilidade de expressar seus sentimentos mais íntimos, de se colocar no lugar do outro e de perceber suas dores e sentimentos².
De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de Columbia, EUA, aproximadamente 33% dos trabalhadores já foram ofendidos verbalmente no ambiente de trabalho.
De acordo com informações da American Psychological Association, para vários pesquisadores, os pontos principais do bullying no local de trabalho podem ser definidos em termos gerais por comportamentos que incluam:
Ofensas verbais e não verbais (excluindo contato físico);
Padrões e repetição nos ataques;
Não respeitar os padrões de convivência social no ambiente de trabalho;
Causar algum tipo de mal à saúde física e psicológica a outra pessoa;
Intenção de controle das funções e violência contra alguém;
Abusar de poderes relacionados a um cargo superior para conseguir algum tipo de vantagem;
Comportamentos de evitação.
Dentro do local de trabalho, de pessoas que precisariam trabalhar conjuntamente e, por motivos que se desconhece ou não são claros, também pode ocultar casos de bullying por uma das partes envolvidas.
Por mais comum que possa parecer esse tipo de comportamento “competitivo” nas empresas, é importante estar atento. Gerentes, chefes e líderes precisam observar se isto acontece e em que ocasiões. Tome uma atitude! Trate o assunto abertamente e nunca incentive o grupo. Organize sua empresa para que seus colaboradores possam participar das tomadas de decisão em algumas situações. Isto ajuda muito a criar um ambiente aonde as pessoas se sentem importantes e valorizadas.
Caso contrário, correm o risco de alimentar os problemas de saúde entre colaboradores – fato cada vez mais presente nas empresas – são sentidos nos números: baixa produtividade, alta rotatividade, processos sofridos na Justiça do Trabalho, são alguns dos custos do bullying no ambiente de trabalho.
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Referências:
1. Margarida Maria Silveira Barreto, 2000 .http://www.assediomoral.org/spip.php?rubrique31
2. Sandra Regina da Luz Inácio : http://www.artigonal.com/auto-ajuda-artigos/bullying-a-sindrome-da-humilhacao-644664.html